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Seminário Teológico Evangélico Congregacional de João Pessoa

Colação de Grau – 10/12/2011

Discurso do Patrono

Sr. Presidente da ALIANÇA, Sr. Diretor do Departamento Teológico da ALIANÇA, Sr. Diretor do STEC/JPA, demais autoridades eclesiásticas, irmãos em Cristo em geral e, especialmente, caríssimos formandos:

Honra-nos muito a escolha da turma concluinte para ser o seu patrono e nos sentimos extremamente lisonjeados com isso. Agradecemos a deferência.

Nestas breves palavras aos formando queremos enfatizar uma dicotomia que reputamos de magna importância para aqueles que foram chamados por Deus para ministrar em Sua casa no excelentíssimo ministério da Palavra, que são: o conhecimento bíblico e a piedade.

Tratando-se do conhecimento bíblico queremos enfatizá-lo em sua maior amplitude e não só o conhecimento teológico, da doutrina, aprendido em Seminários. É sabido que Deus graciosamente se revelou a Si mesmo através da natureza e principalmente através das Sagradas Escrituras. Tudo aquilo que Deus quis que conhecêssemos acerca dele (o Seu ser, os Seus atributos, o Seu caráter e principalmente a Sua vontade) está registrado na Sua Santa Palavra. Isso faz da Bíblia um livro especial que deve ser conhecido por todos aqueles que professam a fé em Cristo, principalmente aqueles que labutam como obreiro na seara do Senhor. Conhecer todo o conselho de Deus é imprescindível para o ministro do evangelho. A Bíblia Sagrada é o manual por excelência daquele que é obreiro do Senhor. Diante disso, urge que nos debrucemos diante da Palavra de Deus de dia e de noite como foi recomendado pelo Senhor a Josué. “não se aparte da tua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas o cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e então prudentemente te conduzirás” Js 1.8.

Particularmente somos de opinião de que não se precisa, necessariamente, conhecer a profundidade de todas as heresias que grassam no meio evangélico, que brotaram do inferno para confundir a igreja, mas é imprescindível que o ministro do Senhor conheça toda a verdade revelada na Palavra de Deus. A razão disso é simples: a verdade de Deus enchendo o coração de uma pessoa rechaça com facilidade o erro, de onde ele vier, por mais sutil que seja.

A piedade, o segundo tema da dicotomia proposta, enfoca a vivência dos ensinamentos contidos na Palavra de Deus. O ministro do Senhor deve ser uma pessoa piedosa e essa piedade passa necessariamente pela vida de oração do obreiro, pela integridade de caráter e pela dedicação ao serviço na igreja, a casa do Senhor. Alguém já disse com propriedade sobre a oração, o seguinte: “muita oração muito poder, pouca oração, pouco poder, e nenhuma oração, nenhum poder”. No seu programa eterno Deus colocou a oração como o instrumento que deve ser utilizado para nos relacionarmos com Ele. Tiago, o irmão do Senhor, em sua carta disse que a oração de um justo pode muito em seus efeitos. O Salvador disse através de uma parábola que deveríamos orar sempre e nunca desfalecer. Paulo, um dos paradigmas como obreiro, ensinou sobre a necessidade do crente orar sem cessar. A prática da oração perseverante atrai o poder de Deus para a vida do ministro do Senhor.

Quanto à integridade de caráter, é isso de fundamental importância para que a mensagem pregada pelo servo de Deus não caia no vazio, não perca a sua força, se a mesma for proferida por quem não vive uma vida exemplar. Alguém já disse que os nossos atos falar muito mais alto do que as nossas palavras. O Salvador censurou fortemente os fariseus da sua época porque eles falavam em nome do Senhor, mas não viviam aquilo que ensinavam ao povo de Deus. Queira o bondoso Deus livrar os senhores formandos da hipocrisia, pois ela descredencia o ministério.

Tratando-se do serviço na casa do Senhor, nada neste mundo é mais importante do que ele. Assim entende a alma crente, redimida, que foi regenerada pela instrumentalidade do Espirito Santo. O serviço divino é prioridade na vida de todos aqueles que professam a fé em Cristo, principalmente para aqueles que foram convocados por Deus para o ministério da Palavra. Discordamos visseralmente daqueles que são ministros do evangelho, consagrados, que vivem imiscuídos em questões seculares, principalmente na política. Esses ministros perderam a visão do reino de Deus, perderam o foco da vida cristã. O apóstolo Paulo já dizia pelo Espirito Santo, que ninguém que milita como soldado no reino espiritual deve se embaraçar com os negócios desta vida (2 Tm 2.4). Espera-se do ministro do evangelho uma dedicação exclusiva. Isso se extrai facilmente das palavras do Salvador ditas a um homem chamado por Deus para o ministério, quando ao ouvir a chamada quis protelar alegando que tinha compromisso com a sua família. O Salvador disse para ele enfaticamente: “... Deixa aos mortos o sepultar os seus mortos; porém tu vais e anuncia o reino de Deus” Lc 9.60.

Amados formandos, terminamos as nossas palavras desejando de coração que o Deus dos céus faça todas as provisões para que vocês tenham um ministério profícuo para a glória de Deus.

Um abraço fraternal do pastor e amigo,

Eudes Lopes Cavalcanti