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Perdão, a marca maior do novo homem

 

Deus graciosamente deu aos seus escolhidos, através de Cristo, uma nova vida, sendo essa de natureza espiritual e eterna. “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados” Ef 2.1. Graças a Deus que essa vida é indestrutível, ou seja, não será jamais retirada da vida daquele que de fato foi objeto dessa graça. “Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora” Jo 6.37.

O propósito de Deus é que essa vida, que começou no dia em que a pessoa reconhece que é pecadora e aceita a Jesus como Salvador e Senhor, desenvolva-se na medida em que o tempo for passando. “até que todos cheguemos a unidade da fé e ao conhecimento do Filho de Deus, a varão perfeito, à medida da estatura completa de Cristo” Ef 4.13. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” Pv 4.18.

Ainda de acordo com o propósito de Deus o crente deve cooperar através do uso dos meios da graça para que esse crescimento seja uma realidade na vida de cada um deles. Segundo o apóstolo Pedro esse crescimento deve ser desejado pelo crente. “desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que, por ele, vades crescendo” 1 Pe 2.2. Complementando ao que Pedro disse, o apóstolo Paulo falou que esse crescimento deve ser buscado. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus” Cl 3.1.

Ocorre que muitos e muitos crentes genuínos não estão desenvolvendo essa vida como é da vontade de Deus. Muitos estagnaram e outros até estão retrocedendo, pois o seu comportamento como cristão é muito parecido com o da vida anterior, quando era dominado pelas inclinações de sua natureza pecaminosa. Essas pessoas ainda são, em diversas ocasiões, vencidas pelo velho homem, o que é uma anomalia,

uma incoerência. E quando o velho domina o estrago pode ser grande na vida espiritual. E o pior é que quando esses impulsos da natureza pecaminosa atingem outro irmão em Cristo, dentro da mesma comunidade, gera ressentimento, ira dissensões e tudo o que não presta. Quando a velha natureza impera vai-se embora a caridade fraternal, o amor que o Senhor ordenou expressamente que fosse a nota dominante na comunidade dos salvos, a Igreja. “Um novo mandamento vos dou: Que vos ameis uns aos outros; como eu vos amei a vós, que também vós uns aos outros vos ameis” Jo 13.34.

Quando o coração do crente esvazia-se do amor de Cristo, o perdão que é a conseqüência natural de um coração cheio do amor de Deus vai para o espaço. A falta de perdão que deve ser dispensado aos irmãos faltosos traz conseqüência danosa para a vida espiritual do cristão, pois os pecados daquele que não libera o perdão são retidos e não perdoados por Deus mesmo que os confesse. As orações não serão respondidas por Deus nem o louvor dos lábios do que não perdoa é aceitável diante de Deus. “Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós. Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não perdoará as vossas ofensas” Mt 6.14.15. Veja mais o que o Salvador disse sobre o assunto: “Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem, e apresenta a tua oferta” Mt 5.23,24.

A Santa Palavra de Deus nos orienta a nos despojarmos do velho homem e nos revestirmos do novo homem que é motivado pelo amor de Deus. “que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano, e vos renoveis no espírito do vosso sentido, e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade” Ef 4.22,23.

Já é hora irmãos de nos humilharmos diante de Deus, de chorarmos os nossos pecados. É hora de vivermos aquilo que somos em Cristo, nova criaturas, ligadas a Cristo e uns aos outros. Somos um corpo. E como membros desse corpo devemos nos ajudar mutuamente, perdoarmos uns aos outros como Deus em Cristo nos perdoou. “Antes, sede uns para com os outros benignos, misericordiosos, perdoando-vos uns aos outros, como também Deus vos perdoou em Cristo” Ef 4.32. 

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti