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Uma decisão inteligente

 

A vida de Moisés foi uma vida fascinante. Nascido numa época difícil quando havia uma sentença de morte sobre todas as crianças do sexo masculino, imposta pela potência estrangeira que dominava os israelitas, foi preservado graciosamente por Deus. Quando nasceu foi colocado numa cesta de vime que foi calafetada com piche e colocada no rio Nilo próximo do lugar onde a filha de Faraó tomava banho. Ao ouvir o choro da criança o cesto foi trazido à presença da princesa egípcia que se compadeceu da criança e resolveu criá-la. Miriam, irmã da criança, que estava observando o que iria acontecer, aproximou-se da princesa e perguntou se ela queria que uma ama hebréia amamentasse a criança para ela. A princesa concordou com a idéia e inclusive autorizou o pagamento da manutenção dela, que foi entregue a sua própria mãe para cuidar da mesma. Que maravilhosa providência de Deus! A criança que estava condenada a morte fora preservada e inclusive com o seu sustento garantido. Com três meses de vida ela foi entregue a princesa egípcia que lhe deu o nome de Moisés, que significa tirado das águas.

No palácio, Moises foi criado e viveu lá como príncipe até os quarenta anos de idade. Em Atos dos apóstolos nos é dito que ele fora educado em toda a cultura e ciência dos egípcios e era poderoso em palavras e em obras (At 7.22).

No livro de Hebreus, na galeria dos heróis da fé, nos é dito que Moisés pela fé recusou ser chamado filho da filha de Faraó, preferindo viver com o povo de Deus no deserto.

Perguntaria alguém: Onde está a decisão inteligente que Moisés tomara considerando que ele abandonou todas as possibilidades de ser bem sucedido na corte egípcia como príncipe que era? Do ponto de vista humano Moisés fez

uma tremenda besteira ao deixar para trás todas as possibilidades de se projetar na vida como um homem rico, bem sucedido, adulado, respeitado, etc.

A questão irmãos é que por traz da decisão tomada por Moisés houve uma profunda motivação espiritual, que a grande maioria das pessoas não entende. Em Hebreus nos é revelado que Moisés viu o invisível, ou seja, tomou a decisão levando em consideração as coisas de Deus, que têm uma dimensão eterna.

O Senhor Jesus, em certa ocasião, disse que a vida de um homem não consiste na abundância de bens que possui. (Lc 12.15). Paulo disse na sua segunda carta aos Coríntios, que as pessoas devem priorizar as coisas de Deus, pois elas têm dimensão eterna. “não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” 2 Co 4.18. Na carta aos Colossenses Paulo disse que os crentes devem pensar nas coisas de Deus e buscá-las de coração. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e não nas que são da terra” Cl 3.1,2.

Infelizmente temos observado muitos servos de Deus encharcados com as coisas deste mundo e,consequentemente, desprezando as coisas de Deus. Esses irmãos estão preocupados com tudo menos com o Reino de Deus. Não se interessam em freqüentar assiduamente os cultos da Igreja, não contribuem para a obra do Senhor, não se engajam nos projetos da Igreja local que tem a grande responsabilidade de cumprir um ministério com metas que envolvem a celebração de cultos ao Deus dos Céus, de promover o crescimento espiritual dos crentes, de proclamar o evangelho de Cristo, e de cuidar dos crentes necessitados.

Amados, acordemos! As coisas de Deus têm prioridade sobre todas as outras coisas. O Senhor Jesus disse em certa ocasião que devemos buscar em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça. (Mt 6.33).

Voltando para Moisés, a decisão inteligente que tomou o levou a ser usado poderosamente por Deus como instrumento Seu e a fazer uma obra que ecoará por toda a eternidade. 

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti