Tamanho da letra:

A CEIA DO SENHOR

 
O nosso Senhor Jesus na noite em que foi traído instituiu a Ceia Memorial, logo após celebrar a páscoa judaica. Os registros bíblicos sobre a instituição e celebração da Ceia encontram-se nos evangelhos sinóticos (Mateus 26.26-30; Marcos 14.22-26; Lucas 22.14-20) e na primeira carta de Paulo aos Coríntios 11.23-32.
Na instituição da Ceia, o Senhor Jesus utilizou-se de dois elementos que estavam presente na celebração da páscoa: o pão e o vinho. Ao tomar o pão o Senhor Jesus deu graças e o partiu entregando-o aos discípulos dizendo esta celebre expressão: Tomai e comei isto é o meu corpo fazei isto em memória de mim. Logo após comerem o pão, o Senhor tomou o vinho e disse aos seus discípulos: Bebei dele todos, pois isto é o meu sangue, o sangue da nova aliança que é derramado em favor de muitos.
O pão e o vinho quando da celebração da Ceia adquirem uma representatividade: o pão representa o corpo do Senhor Jesus que foi supliciado na cruz do Calvário e o vinho representa o Seu precioso sangue que foi derramado para a eterna redenção dos escolhidos de Deus e para a contínua purificação de seus pecados.
Aos ministros do Senhor, devidamente credenciados, foi dada a autorização para celebrarem a Ceia do Senhor.
Só os crentes em Cristo, batizados cerimonialmente com água em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo, e que estejam em comunhão com Deus e com a Igreja que pertence, é podem participar da Ceia.
À Igreja Deus deu autoridade para determinar a periodicidade da celebração da Ceia do Senhor. Nós, como Igreja organizada que somos, determinamos que essa celebração devesse ser realizada, a priori, no primeiro domingo de cada mês.
Há uma controvérsia no meio teológico quanto à celebração da Ceia no que se refere à expressão “isto é o meu corpo” e “isto é o meu sangue”. A Igreja Católica ensina que quando da consagração dos elementos pão e vinho, eles se transformam, respectivamente, no corpo e no sangue de Cristo (Transubstanciação). A Igreja Luterana ensina que a presença real de Cristo está nestes dois elementos depois de consagrados, mas o pão continua sendo pão e o vinho continua sendo vinho (Consubstanciação). Um segmento das Igrejas Reformadas segue o pensamento Calvinista que ensina que Cristo está presente espiritualmente nos elementos pão e vinho. Outras Igrejas Reformadas, inclusive a nossa, seguem o pensamento deZwinglio, reformador suíço, que ensinou que a Ceia é o símbolo memorial da morte redentora de Cristo, isto quer dizer que o pão e o vinho não se transformam no corpo e no sangue de Cristo como pregam os católicos, nem que a presença real nem espiritual de Cristo está nos elementos como ensinam os luteranos e um segmento das Igrejas reformadas e sim que a Ceia, em sua totalidade, é o grande símbolo memorial da obra redentora do Salvador. A argumentação de Zwinglio foi baseada na expressão “em memória de mim” e que se é em memória, dizia Zwinglio, a pessoa do Redentor não estaria presente nos elementos da Ceia e muito menos em sua transformação no corpo e no sangue de Cristo, visto que o Senhor está nos céus, à direita de Deus.
Ainda quanto à participação dos crentes na Ceia do Senhor os mesmos devem fazê-lo com a compreensão correta do seu significado e com a consciência tranqüila. O apóstolo Paulo ensina que participar da Ceia dignamente traz benção para a vida do crente e que participar indignamente traz juízo de Deus. Nenhum crente deve se privar da Ceia exceto se estiver sob disciplina da Igreja, pois ela é uma ordenança do Senhor Jesus.