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Vendo o invisível

 
A Bíblia nos revela da existência de um mundo que não se vê com os olhos humanos, nem também com a ajuda de instrumentos que aumentam o alcance da visão do homem como, por exemplo, o telescópio, por mais poderoso que ele seja. Esse mundo invisível divide-se em duas partes: uma é o mundo de Deus, os céus, onde Deus habita, onde está instalado o seu trono de glória, onde está o Cristo glorificado, governando a Igreja. Ainda nesse mundo estão os anjos eleitos que servem a Deus. Nessa parte do mundo estão os espíritos aperfeiçoados dos crentes falecidos de todas as épocas desde a criação do homem até agora, aguardando o grande e glorioso dia da ressurreição. Por outro lado, encontramos nesse mundo uma parte tenebrosa, sombria, habitada pelo diabo e seus anjos e por aqueles espíritos não regenerados, descrentes, que estão aprisionados, separados de Deus, aguardando em sofrimento o grande e terrível dia do julgamento final.
Tratando-se de Deus e seus anjos e do diabo e seus anjos, esses dois segmentos do mundo invisível têm interesse no mundo visível, nas pessoas que habitam aqui, buscando, respectivamente, cada um deles, a felicidade ou a desgraça dos seres humanos.
Nós os salvos, que já andamos na luz do Senhor, precisamos ter a visão espiritual aguçada
para ver as coisas do mundo invisível, tanto as relacionadas a Deus como aquelas relacionadas ao diabo. Em relação às coisas de Deus, a Bíblia nos orienta a pensar nelas e a buscá-las. “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra” Cl 3.1,2. Diz ainda a Bíblia: “Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não vêem; porque as que se vêem são temporais, e as que se não vêem são eternas” 2 Co 4.18.
Enxergando as coisas de Deus pela fé o crente vive uma vida confiante e vitoriosa. Vejamos um episódio na vida do profeta Eliseu que ilustra o assunto em questão: Eliseuestava em Samaria, capital do Reino do Norte (Israel), que naqueles dias estava cercada pelo exército sírio. O moço que servia a Eliseu estava apavorado ao observar que não havia possibilidade de escapatória. Eliseu confiante pediu a Deus que fossem abertos os olhos espirituais do moço a fim de que ele pudesse enxergar o invisível. “E orou Eliseu, e disse: SENHOR peço-te que lhe abras os olhos, para que veja. E o SENHOR abriu os olhos do moço, e viu; e eis que o monte estava cheio de cavalos e carros de fogo, em redor de Eliseu” 2 Rs 6.17.
Em relação ao mundo invisível do mal é necessário que o crente tenha a sua visão espiritual aguçada para perceber as astutas ciladas do diabo. Paulo, o apóstolo, em certa ocasião disse que não ignorava os ardis do diabo (2 Co 2.11). Quando uma moçapossessa de um espírito de adivinhação fez uma proclamação acerca de Paulo e do seu ministério, ele ao perceber que aquilo era obra do diabo, repreendeu de imediato o espírito maligno e o expulsou em nome de Jesus (At 16.16-18).
Quem vê o invisível como Moisés viu (Hb 11.27), deixa-se nortear pelas coisas de Deus. O texto nos diz que Moisés pelo fato de enxergar aquilo que não se vê com os olhos humanos recusou ser chamado filho da filha de Faraó e, conseqüentemente, deixou de usufruir das coisas mundanas para viver em função das coisas de Deus.