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Os três tempos do Apocalipse (III)

 

 

 

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer” Ap 1.19

 

      No artigo anterior falamos sobre o tempo presente contemplado pelo livro de  Apocalipse (as coisas que são), cuja ênfase é na Igreja de nosso Senhor Jesus, desde o seu nascimento no dia de Pentecostes até o seu arrebatamento quando da segunda vinda do Senhor. Dissemos que toda a Igreja do Senhor Jesus, em todas as épocas, está identificada, contemplada e representada naquelas sete Igrejas da Ásia Menor (Éfeso, Esmirna, Sardes, Tiatira, Pérgamo, Filadélfia e Laodicéia), pois o número sete no livro de Apocalipse, quer dizer a coisa completa, na sua inteireza.

 

     Neste e no próximo artigo iremos falar sobre o tempo futuro do Apocalipse, que trata do período tribulacional, da segunda vinda do Senhor, do consequente arrebatamento da Igreja, da ressurreição dos mortos, do juízo final e do estado eterno.

      Comecemos com o período tribulacional. O Apocalipse identifica um período de intensa aflição no mundo que antecederá a segunda vinda do Senhor. Esse período é retratado pela abertura dos sete selos, do toque de sete trombetas e do derramar de sete taças quando nos é dito que se consumará todo o desagrado divino sobre um mundo iníquo e apóstata. O livro de Apocalipse fala da atuação nesse período de um triunvirato maligno: o dragão (Satanás), a besta que sobe do mar (o Anticristo) e a besta que sobe da terra (o Falso Profeta) cuja missão é inculcar no coração dos homens que não tem a Jesus como Salvador, a devoção ao Anticristo. Será um período de intensa apostasia conforme revelado por Paulo em 2 Ts 2.1-12. Paulo fala no texto citado de uma tal  “operação do erro” em que as pessoas darão crédito a mentira em vez de darem crédito as verdades de Deus. Ainda, esse período será conhecido como um período de um gigantesco  aumento da iniqüidade (violência, imoralidade, desrespeito as autoridades, esfriamento do amor, etc), é o tal tempos trabalhosos que Paulo fala em sua 2ª carta a Timóteo (2 Tm 3.1-9).

      O segundo grande acontecimento, logo após o período tribulacional, é a segunda vinda do Senhor em glória para buscar a sua igreja. A promessa feita por Jesus de que voltaria outra vez (Jo 14.1-3) cumprir-se-á logo após a grande tribulação. Os sete selos, as sete trombetas e as sete taças, que são eventos simultâneos, de intensidade crescente terminam com eventos cósmicos e o aparecimento de Cristo descendo dos céus a terra (Ap 6.12-17; 11.15-19; 16.17-21; Ap 19.11-21; Mt 24.29-31). A segunda vinda do Senhor terá características distintas, a saber: 1) será uma vinda pessoal (virei outra vez); será uma vinda física, consequentemente visível, ou seja, Jesus voltará com o corpo que assumiu na encarnação, glorificado na ressurreição (eis que vem com as nuvens, e todo o olho o verá); 3) será uma vinda gloriosa (e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória). Jesus veio a este mundo pela primeira vez em humilhação, mas na sua segunda vinda virá rodeado de anjos com poder e grande glória. (veja Mt 24.30; Ap 19.11-16).

       Por ocasião da segunda vinda do Senhor dar-se-á o arrebatamento da Igreja. Jesus descerá do lugar onde estava (o terceiro Céu) e se encontrará com a sua Igreja, que será impulsionada pelo Espírito Santo, no céu atmosférico. No arrebatamento da Igreja os crentes falecidos ressuscitarão com corpos glorificados e os crentes vivos serão transformados (o corpo mortal será revestido de imortalidade), e juntos subirão aos Céus para encontrar o Senhor Jesus nos ares. (veja 1 Ts 4.13-18).          

Pr. Eudes Lopes Cavalcanti