Doutrina no Evangelho de João

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 6.70,71

Introdução

- Os temas prediletos de João são: o amor de Deus e o amor entre os irmãos.

- João destaca a doutrina da eleição ou predestinação como um ato do amor e Deus: “ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos (Jo 15.13). Os amigos a que se refere João no contexto são os seus discípulos, os escolhidos por Cristo (15.16).

- No texto base diz que Jesus escolheu os doze, e um deles foi separado para traí-lo. (Jo 13.27; 17.12)

 

  1. 1.       Os decretos de Deus

- O termo “decreto” é uma tentativa de reunir em uma designação aquilo que a bíblia apresenta com várias expressões: “o propósito divino”, “determinado conselho”, “presciência divina”, “ eleição”, “predestinação”, “a vontade divina” e “beneplácito” (Sl 33.9-11; Pv 16.33; At 2.23; Ef 1.11)

- Os decretos de Deus referem-se ao plano de Deus para toda a criação. Predestinação é apenas um aspecto particular ou subdivisão dos decretos de Deus, referindo-se apenas a seres morais (homens e anjos).

- Predestinação (pré= antes + destino) refere-se à salvação ou à condenação eterna dos homens e anjos.

- A CFW (III,1) fala sobre isso da seguinte maneira: “Desde toda a eternidade e pelo mui sábio e santo conselho de sua própria vontade, Deus ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém, de modo que nem Deus é o autor do pecado nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou a contingência das causas secundárias, antes estabelecidas”.

- A confissão da Aliança, nossa confissão de fé,reproduz o que esta na CFW: “Cremos e confessamos que, desde toda a eternidade, e pelo sapientíssimo e santíssimo conselho de Sua própria vontade, Deus ordenou livre e imutavelmente tudo quanto acontece; porém de modo tal que nem é Ele o autor do pecado, nem se faz violência à vontade das criaturas, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, ao contrário estas são estabelecidas.”(3,I, p.39)

 

  1. 2.       A soberania de Deus e a vontade humana

- É preciso entender que o homem é escravo do pecado, desde a queda a vontade humana é contrária as coisas de Deus. “Dir-se-á que o homem possui livre arbítrio neste sentido, não o de ter capacidade de escolher livre e igualmente o bem e o mal, mas porque faz o mal voluntariamente”. (Calvino)

- A nossa doutrina não nega a vontade humana como alguns pensam, mas ela afirma o fato da vontade humana agir conforme as inclinações de sua natureza corrompida e escrava do pecado. Por isso alguns teólogos preferem chamar esta liberdade de “livre ação” em vez de “livre arbítrio”, pois embora façamos escolhas, nossas ações são determinadas pela nossa natureza e não por uma escolha neutra em que julgamos as coisas certas a fazer. (Jr 17.9; Rm 6.16-23; 2Pe 2.19)

 

Conclusão

- “Visto que Deus designou os eleitos para a glória, assim Ele, pelo eterno e mui livre propósito de Sua vontade, preordenou todos os meios para se alcançar esse proposto11. Por conseguinte, aqueles que são eleitos, achando-se caídos em Adão, são redimidos pro cristo12; são eficazmente chamados a fé em Cristo mediante Seu Espírito que opera no devido tempo13; são justificados14, adotados15, santificados16, e guardados por seu poder mediante a fé para a salvação17. Nenhum outro é redimido por Cristo, ou eficazmente chamado, justificado, adotado, santifica e salvo, senão unicamente os eleitos18.

 

(11. Ef. 1.4; 2.10; 1Ts 5.9-10; 2Ts 2.13-14; 1Pe 1.2); (12. Rm 5.12-19; 1Co 15.22,45; Tt 2.14); (13. Rm 8.28,30; 1Co 1.9; Ef 1.13-14); (14. Rm 5.1-2; 8.30; Gl 2.16; 3.11); (15. Rm 8.14-17; Ef 1.5); (16. 2Ts 2.13); (17. 1Pe 1.3-5); (18. Jo 6.44,64-65; 17.9; Rm 8.28; 2Ts 3.2; 1Jo 2.19). 

 

O Precioso Sangue de Cristo

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: 1 Pe 1.18,19

Introdução

- O precioso sangue de Cristo é útil ao povo de Deus de muitas maneiras. Esta lição apresentará dez delas.

1. O precioso sangue de Cristo tem um poder redentor

- Ele redime da lei. Todos nós estávamos sob a lei, que diz: “ Faze isto, e vive”.  A lei tem uma terrível maldição: qualquer que violar um de seus mandamentos deve morrer. “Cristo nos redimiu da maldição da lei, tendo sido feito maldição em nosso lugar.” (Gl 3.13)

2. O Valor do sangue está principalmente em sua expiação eficaz

- “É o sangue que fará expiação pela alma” (Lv 17.11). No regime da lei, Deus nunca perdoou o pecado à parte do sangue. “sem derramamento de sangue não há remissão”. (Hb 9.22). Somente o sangue, tirava o pecado e permitia ao homem chegar-se ao trono de Deus para adorá-lo.  Não há esperança de perdão para o pecado de qualquer homem, a não ser que a sua punição seja sofrida totalmente. “Ele, de modo algum, inocentará o culpado” (Êx 34.7).

- Cristo, portanto, veio e foi punido no lugar de todo o seu povo. Cristo fez uma expiação perfeita; e não há outro plano pelo qual os pecadores possam se tornar um com Deus, exceto pelo sangue de Jesus.

3. O precioso sangue de Cristo tem também um poder purificador

- “... e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado”. A conseqüência do pecado é a contaminação do pecador, daí a necessidade de purificação.

4. Outra virtude do sangue de Cristo é seu poder de preservação

- A analogia que pode ser feita é aquela em que o anjo da morte visitou os primogênitos no Egito (Êx 12.13). O sangue de Jesus nos cobre e assim nos protege.

5. O sangue de Cristo é precioso por causa de seu apelo predominante

Em Hb 12.24 diz “fala melhor do que Abel”. O sangue de Jesus apela e prevalece; seu grito é “Pai perdoa-lhes”!

6. O sangue é precioso por causa de sua influência comovedora no coração humano

“E olharão para aquele, a quem transpassaram; e o prantearão como quem pranteia por um unigênito; e chorarão amargamente por ele como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12.10) 

7. O mesmo sangue que comove tem o afável poder de pacificar

- A doutrina da substituição, em que Cristo morreu em nosso lugar nos garante a paz,  a paz de espírito que garante que tudo aquilo que éramos incapazes de fazer para sermos salvos já nos foi adquirido por Cristo como nosso substituto. Somos salvos em Cristo e temos paz com Deus. (1Tm 1.15; Rm 5.1)

8. O sangue tem poder de nos dar acesso a Deus (Hb 10.19-22)

- Pelo sangue de Jesus é que podemos ousar dar um passo em direção a Deus, pois do contrário seríamos exterminados diante de sua Santidade.

9. O poder confirmador do sangue (Hb 9.16-22)

- O sangue de Jesus ratifica a nova aliança, tornando suas promessas em bênçãos para os salvos.

10. O sangue tem um poder vencedor

- Em apocalipse está escrito “Eles os venceram por causa do sangue do cordeiro” (Ap 12.11)

 Conclusão

- Volte os seus olhos à completa expiação que foi feita, ao maior resgate já pago; E confiante no sangue de Jesus cante na mais pura certeza “Alvo mais que a neve, alvo mais que a neve, eis nesse sangue lavado, mais alvo que a neve serei!”

Uma lição de humildade

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 13.1-17

 

Introdução

- Qualquer que a si mesmo se exaltar será humilhado, e aquele que a si mesmo se humilhar será exaltado. Deus resiste aos soberbos. A um coração quebrantado e contrito não desprezarás ó Deus – são declarações que revelam o pensamento de Deus sobre a humildade. Jesus declarou: Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração.

 

1.  Uma lição de humildade

- v.1 Neste versículo temos a declaração de dois fatos: primeiro, Jesus sabia que afinal era chegada a sua hora e, segundo, que assim como sempre amara os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.

- v.2 Aqui temos a verdadeira explicação da traição de Judas. Tendo já o diabo posto no coração de Judas que o traísse.

- v.3 Jesus tinha plena consciência do que era – sabia que o Pai tinha depositado tudo na sua mão e que viera de Deus. Apesar disto, porém, vai levantar-se para humildemente lavar os pés de seus discípulos – pobres e ínfimas criaturas que eram.

- vs. 4-5 Levantando-se da ceia, tirou os vestidos e, tomando uma toalha cingiu-se. Os discípulos estavam sozinhos no cenáculo e não havia ali nenhum criado que fizesse o serviço de lavar os pés. Lucas nos informa que naquela ocasião houve contenda entre eles, sobre qual deles seria o maior (Lc 22.24). Tanto tempo com o Senhor e não tinham entendido o espírito de Cristo. Então Jesus, que era seu Senhor e Mestre, lava os pés dos discípulos.

- v.6 Deve ter sido chocante, não só para Pedro, como para todos os apóstolos, o gesto de Jesus.

- v.7 O que eu faço não sabres agora. Existe uma lição além da humildade que só depois Pedro poderia compreender.

- v.8 Pedro negou que Jesus lhe lavasse os pés. Jesus, porém, lhe respondeu: se eu te não lavar, não tens parte comigo. Enquanto o pecador não for lavado, purificado de toda a mancha pela lavagem da regeneração (Tt. 3.5,6), não poderá ter parte em Cristo nem com Cristo.

- v.9-11 Os discípulos, à exceção de Judas, estavam todos limpos e tinham parte com cristo.

 

2.  A lição explicada

v.12 – Terminando o solene e instrutivo ato, Jesus lhes perguntou: Entendeis o que vos tenho feito?  Eles entenderam a lição da humildade, mas ainda havia outra lição a aprender: a da necessidade de sermos constantemente purificados de tudo o que nos manchar os pés enquanto andarmos neste mundo.

- v.13-14 Se Jesus é nosso Senhor, somos seus servos temos de lhe obedecer; aprendemos dele,humildade de uns para com os outros, cuidemos de ajudar uns aos outros na purificação em vez de apontar o dedo soberbamente contra os erros dos nossos irmãos.

-v.15-16 Cristo nos legou um exemplo magnífico cumpre-nos  segui-lo. Não existe serviço, por mais humilde que seja, de que nos devemos envergonhar, especialmente se esse serviço resultar em benefício de nossos irmãos e na glória do Senhor.

- v. 17 Se sabeis estas coisas, bem-aventurados sois se as fizerdes. Conhecemos esta verdade e devemos praticar esta verdade.

 

Conclusão

- O Evangelho ensina e exige humildade. É impossível ser um cristão verdadeiro sem a humildade verdadeira. Deus resiste aos soberbos, mas não despreza um coração contrito.

- Jesus Cristo é o nosso modelo de humildade.

 

Jesus e o Crente

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 17.1-10, 14-17

Introdução

- No capítulo 17 encontramos uma oração de Jesus ao Pai.  Ele apresenta o retrospecto de seu passado e descreve o futuro da Igreja; apresenta a si mesmo ao Pai, sua obra e o seu povo.

 

1.       Jesus roga por si mesmo (Jo 17.1-5)

- Tendo pronunciado as gloriosas palavras dos caps. 14 a 16, que terminaram com a afirmação da completa vitória de Cristo sobre o mundo, o Senhor apresentou ao Pai a sua oração sacerdotal.

- v. 17.1 -  Pai é chegada a hora. A hora que tantas vezes ele falara (Jo  7.30; 8.20), a hora marcada por Deus para o seu sacrifício, a hora de sua humilhação e morte, mas também a hora de sua glória e exaltação.

- Enquanto os homens pensavam em humilhá-lo e esmagá-lo, Deus cuidava de sua glória. Aquilo que em si era uma ignomínia e uma fraqueza – a cruz – Deus ia transformar em glória e poder. E a glória do Filho seria a glória do Pai; na salvação de pecadores, na destruição do pecado, na vitória sobre a morte.

- v. 17.2 – Todo o poder foi dado ao Filho (Mt 11.27; 28.18). Ele tem poder e autoridade sobre toda a carne. Mas, como nem todos crerão nele, a vida eterna só é concedida àqueles que o Pai lhe deu.

- v. 17.3 – A vida eterna consiste em conhecer ao Pai e a Jesus Cristo.

- v. 17.4 – Toda a vida de Cristo constituiu uma glorificação para Deus Pai.

- v. 17.5 – Jesus afirma a sua divindade. Antes que o mundo existisse, isto é, desde toda a eternidade, tinha Ele a glória junto ao Pai. Esta glória ele a deixaria quando viesse a este mundo, a fim de nos salvar, humilhando-se até à morte de cruz (Fp 2.5-8).

 

2. Jesus Roga pelos discípulos (Jo 17.6-10, 14-17)

 - 17.6 – Todos os seres pertencem a Deus; dentre estes o Pai entregou ao Filho aqueles que se hão de salvar e a estes Jesus revelou o Pai. O resultado desse conhecimento é que guardaram a sua palavra.

- 17.7,8 – Os discípulos enxergaram e creram que o que Jesus dizia e fazia vinha do Pai. Eles criam verdadeiramente que Ele era o Filho de Deus.

17.19 – Jesus é o nosso sumo sacerdote e, como tal, roga por nós ao Pai.

17.10 – Esta é uma declaração clara e tão proeminente neste evangelho: a unidade que existe entre o Pai e o Filho. Ele mesmo testifica quanto à sua igualdade ao Pai. Tudo o que o Pai tem e é, ele, o Filho, também é e tem. As tuas coisas são minhas, isto é, a natureza, o teu nome, a tua eternidade, a tua santidade, a tua glória, os teus atributos, o teu trono, o teu povo, etc.

- 17.14 – O mundo aborrece a Igreja, pois ela porta a palavra do Pai.

- 17.15 – Temos que continuar no mundo para testificarmos de Cristo.

- 17.16 – Assim como Cristo não pertence ao mundo, nós também não pertencemos  mais, pois agora nos identificamos pela fé com Jesus. A nossa Pátria agora é a celestial. Nossas esperanças, nossos ideais, nosso alvo, tudo se identifica com o nosso Salvador.

Conclusão

- Santifica-os na verdade a tua palavra é a verdade (Jo 17.17) Jesus não nos chamou para imundícia, mas para a santificação (1 Ts 4.7)

- Devemos nos santificar e combater a corrupção pecaminosa do mundo. Somos sal e luz deste mundo e assim devemos dissipar as trevas onde quer que cheguemos como porta-vozes das verdades celestiais.

 

Jesus e o Espírito Santo

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Textos básicos: João 14.25,26; 15.26,27; 16.7-15.

Introdução

- A lição passada foi sobre Jesus e o Pai, esta sobre Jesus e o Espírito Santo e assim estamos falando sobre a santíssima Trindade.

- O primeiro versículo da bíblia sugere esta doutrina utilizando a palavra Deus no plural.

- Em Gn. 1.26 Deus diz: “Façamos o homem à nossa imagem”; em 3.22 “Eis que  o homem é como um de nós”.

- São inúmeros versículos que poderíamos citar sobre a pluralidade de pessoas na divindade, que a teologia cristã chama de doutrina da Trindade, nome não encontrado na bíblia, mas que é utilizado para referir-se a esta verdade escriturística.

1. O Espírito Santo instrui e testifica (Jo 14.25,26; 15.26,27)

 - Segundo a promessa, o Espírito Santo foi derramado sobre os crentes para a formação do Corpo de místico de Cristo – a Igreja.

- Este é o significado do batismo do Espírito Santo (1Co 12.12-13)

- Todos, “quer judeus, quer gregos, quer servos, quer livres” formamos um só corpo, identificados, unidos uns aos outros e a Cristo, a Cabeça, pelo mesmo Espírito, pois é o Espírito que torna o corpo uma unidade.

- Em Jo 14.25,26 vemos a promessa de que os discípulos não seriam abandonados, porque o Pai lhes enviaria, em nome do Filho, o seu Santo Espírito, que seria o substituto de Cristo na terra, o Consolador, que nos santifica, dirige, intercede por nós em os ensina toda a verdade.

- No seu poder é que realizamos a grande obra que nos foi confiada.

- Em Jo 15.26,27, notemos os seguintes fatos:

- O Pai e o Filho são igualmente divinos, pois aquilo que se diz do Pai em Jo 14.26, se diz do Filho em Jo 15.26, assim tanto o Pai quanto o Filho enviam o Espírito.

- o Espírito procede do Pai e do Filho,  mas é uma pessoa distinta de ambos, com pensamento, sentimento e vontade, pois que o Espírito sabe (1Co 2.11), ama (Rm 15.30) e quer (1Co 12.11).

- Não é, portanto, mero poder, influência ou emanação divina, mas uma Pessoa divina.

- O Pai envia o Filho; o Pai e o Filho enviam o Espírito. Mas nunca se dá o inverso. As três pessoas são iguais, mas sempre ocupando esta relação: Pai, Filho e Espírito Santo.

- O Espírito não veio para testificar ou falar de si mesmo, mas para testificar do Filho. Sua obra consiste em glorificar o Filho, testificar dele, despertar fé nele, fazer os homens amá-lo e crer nele para a salvação.

2. A obra do Espírito Santo Jo 16.7-15

- O Espírito Santo é o Consolador para o seu povo, a Igreja.

- A obra do Espírito é intelectual e não emocional. Ele vem convencer (16.8) e isto se faz apelando para o raciocínio, para o intelecto, e não para as emoções.

- E de que Ele vem convencer o mundo? Do pecado, da justiça e do juízo. O pecado é a causa da condenação, a justiça é a razão da condenação e o juízo é a execução da condenação.

- O Espírito viria para glorificar a Jesus e comunicar aos discípulos aquilo que recebesse dele. (v. 14,15)

Conclusão

- O Espírito Santo é Consolador que habita definitivamente no crente, convencendo-o, santificando-o, dirigindo-o, e glorificando a Cristo.

 

Jesus e o Pai

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Textos básicos: Jo 10.29-38; 14. 7-11; 16.25-30

Introdução

- O Evangelho de João apresenta a Jesus como o Filho de Deus, nele ocorre, com freqüência, a expressão “o Pai” com referência a Deus.

- Lembremo-nos de que Jesus é Filho de Deus num sentido único. Ele é o Filho eternamente gerado de Deus. É da mesma essência. É igual a Deus.

 

1.       Eu e o Pai somos um (Jo 10.29-38)

- Os judeus perguntaram a Jesus se ele era o Cristo, em resposta Jesus declarou “Já vo-lo tenho dito e não credes. As obras que eu faço em nome de meu Pai, essas testificam de mim.”

- As obras que ele realizava eram prova suficiente de ser ele o Messias. Eles, porém, não criam por não serem das suas ovelhas, ao posso que estas o conhecem e seguem e, por isto, têm a vida eterna e ninguém as arrebatará de sua mão (v.28)

- O Pai, que é maior do que todos (v.29), inclusive que o Filho que, em sua relação filial, lhe é submisso, foi quem lhe deu as suas ovelhas e, portanto, elas estão eternamente seguras, porque disse ele, ninguém pode arrebatá-las da mão de meu Pai.

- Isso é aquilo que a teologia classifica como a doutrina da perseverança dos santos.

- Eu e o Pai somo um (10.30). Este versículo, em que se afirma, do modo mais claro possível a divindade de Cristo, é a conclusão lógica e natural dos dois versículos anteriores, (28,29).

- Estas expressões mostram que estar na mão do Filho é o mesmo que estar na mão do Pai e que o Filho é tão poderoso quanto o Pai.

- A afirmação “Eu e o Pai somos um”  indica que Jesus e o Pai, sendo pessoas diferentes, pois uma é a pessoa do Pai, outra a pessoa do Filho, eles têm a mesma essência, isto é, Jesus e o Pai é um, o mesmo Deus verdadeiro.

- Novamente, pegaram os judeus em pedras para lhe atirar (v.31). No cap. 5.18 os judeus quiseram matá-lo por se fazer igual ao Pai, dizendo que Deus era o seu próprio Pai. No cap. 8.58-59 quiseram apedrejá-lo por ter declarado: antes que Abraão fosse, eu sou,o que só Deus poderia dizer. E agora querem apedrejá-lo outra vez por se ter declarado igual ao Pai.

- tenho-vos mostrado muitas obras boa da parte do Pai; por qual delas me apedrejais? (v.32)

- As obras que Jesus realizava só podiam vir do Pai e testificavam a respeito dele ser o Messias, porém, os judeus rejeitaram que Jesus fosse Deus, e, por isso quiseram apedrejá-lo. (v.33)

- Lembre-se que Jesus foi condenado pelo Sinédrio sob a mesma acusação de blasfêmia, por ter se declarado Filho de Deus (Mt 26.63-66).

 

2. “Quem me vê a mim vê o Pai” (Jo 14.7-11)

- v.7 - Sendo Cristo Emanuel, Deus conosco, conhecê-lo é o mesmo que conhecer o Pai (Jo 1.18; 8.19)

- v.8 – Deus na sua essência não pode ser visto por homem algum. Falou-nos face a face na pessoa de seu Filho. Ver Jesus era ver o Pai, pois eles são um (Jo 10.30; 12.44-45; 2Co 4.6).

- O Pai esta no Filho e o Filho esta no Pai. Ver a um, portanto, é ver a outro.

 

Conclusão

- Em Jo 16.25-30, Jesus afirma que saiu do Pai e voltou para o Pai.

- Embora não se fale no nome Trindade nesses trechos, aqui está o fundamento da doutrina da Trindade, a deidade do Filho, do Pai e sua unidade como também a distinção de pessoas, Pai e Filho.

 

Jesus, o Pão da Vida

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 6.51

Introdução

- Somente Jesus Cristo pode satisfazer as necessidades mais profundas da alma humana.

- João registrou sete maneiras como Jesus se apresentou como o Deus que satisfaz: O pão da vida; a luz do mundo; a porta das ovelhas; o bom pastor; o caminho, a verdade e a vida; a ressurreição e a vida; a videira verdadeira.

 

1.       O pão da vida

 

- Jesus disse: Eu sou o pão da vida(Jo 6.48) e também: Eu sou o pão vivo que desceu do céu (Jo 6.51)

- O ensino aqui não é uma orientação sobre a páscoa ou santa ceia, mas uma definição da missão de Jesus.

- Em oposição ao interesse puramente material da multidão, (Jo 6.26-27), Jesus propõe satisfação espiritual, Jesus é o pão do céu. (Jo 6.51)

Vejamos algumas características desse pão:

1.1   “Desceu do céu”. É divino

- A origem desse pão é o céu. Não no sentido do espaço físico, mas espiritual.

- O maná enviando por Deus através de Moisés era apenas um tipo de Cristo.

1.2 É o “Pão vivo”. Dá vida -  O maná satisfazia temporariamente a fome, Cristo é o pão que sacia completamente a alma e fornece vida eterna.

1.3 Foi dado “pela vida do mundo”. - Isto quer dizer que qualquer ser humano deste mundo, só poderá ter a vida eterna por meio de Jesus.

1.4 Quem comer dele, viverá “para sempre”. É eterno - Ele é o possuidor e o transmissor daquela vida que não pode cessar de existir.  Uma vida plena com Deus.

1.5 É para quem quiser. Universal - Todos são chamados a se alimentarem de Cristo e terem vida Nele, não existe outra fonte de vida.

 

2.       A atitude dos ouvintes

 

- É interessante que João se preocupou em descrever as atitudes das pessoas quando procuravam a Jesus. Há muitas pessoas buscando a Jesus hoje de forma errada, como foi naquele tempo.

2.1 Os curiosos v.2 – uma multidão estavam interessados apenas em suas curas ou em ver a manifestação do sobrenatural.

2.2 – Os admiradores interesseiros v.14 – viam a Jesus como profeta, mas como aquele que saciaria sua fome. Jesus os reprovou (6.26-27)

2.3 Os céticos, v.36 – Eles já haviam visto vários sinais, contudo, não criam. É mais uma prova de que a fé vem pelo ouvir e não por meio de sinais.

2.4 – Os murmuradores, v 41 – Murmuravam porque acharam as afirmações de Jesus aparentemente exageradas e sem fundamento. (6.42,52).

2.5 Os desistentes, v.66 – Por causa do discurso de Jesus, muitos desistiram de  seguir a Cristo.

2.6 Os verdadeiros discípulos v. 67-70 – Eles foram desafiados a desistirem também, mas tiveram outra postura.

Conclusão

- A humanidade sem Deus padece de fome e sede espiritual.

- “Eis que vêm dias, diz o Senhor Deus, em que enviarei fome sobre a terra, não de pão, nem de sede de água, mas de ouvir as palavras do Senhor.” (Amós 8.11)

 

 

O pressuposto da Adoração

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 4.22

Introdução

- Jesus declarou através desse texto a possibilidade de uma falsa adoração: adorar a Deus sem conhecê-lo.

- O pressuposto inequívoco da verdadeira adoração é o conhecimento do verdadeiro Deus.

- O verdadeiro conhecimento de Deus é básico para a verdadeira adoração.

- Calvino já afirmava que “devemos ter sempre em mente que Deus não pode ser corretamente adorado a menos que ele seja conhecido.”

- Em atos 17.23 vemos os Atenienses prestando uma falsa adoração a Deus, pois não conheciam a Deus, por isso Paulo anunciava o evangelho para eles e explicar quem é o Deus verdadeiro. (At 17.24-28)

 

1.       O ensino de Jesus sobre o culto

- A respeito do culto, Jesus mostra a mulher samaritana que o culto é espiritual e que a verdadeira adoração pressupõe que o adorador conheça aquele a quem adora (Jo 4.22-24)

- em Jo 16.1-2, Jesus mostra as conseqüências de um culto onde não se conhece quem Deus realmente é.

- Este foi um dos pecados cometidos por Paulo. Ele perseguia e matava os cristãos em nome de Deus, porque realmente ele não conhecia o Deus, a quem ele adorava.

- Quando falhamos em conhecer a Deus, cometemos torpezas no culto a Deus, em nome de Deus. (Jo 16.3)

- Como se pode ver, a doutrina da adoração está diretamente ligada ao nosso conhecimento de Deus. É impossível adorar a Deus corretamente, sem conhecê-lo corretamente.

- O que cremos sobre Deus determinará o estilo, o objeto, o foco e o fervor de nossa adoração.

- Muitos cultos modernos tentam entreter mais do que adorar. Quando a adoração centraliza-se em nosso entretenimento mais do que nos atributos e nas realizações de Deus, ela passa a ser antropocêntrica. Ou seja, o adorador passa a receber mais importância e atenção do que aquele que é adorado.

 

 

2.       Uma distância enorme entre o adorado e os seus adoradores

- A reunião pública é uma reunião que revela as relações pactuais entre Deus e os homens. Contudo, essas relações de amizade entre o adorado e os adoradores não devem ser motivo para se pensar que os adoradores podem fazer o que quiserem nas reuniões de culto ao adorado pelo simples fato de que Ele os trata com amizade pactual.

2.1 Há uma distância quantitativa entre Deus e seus adoradores

- Embora tenhamos acesso e conversemos com Deus em oração, esta não é uma relação entre dois iguais, como conversam marido e esposa ou dois vizinhos.

- É importante que se tenha em mente que quando nos aproximamos de Deus, para responder em fé à sua convocação para a adoração, ainda persiste uma grande distância entre os adoradores e aquele que é o ‘objeto’ do nosso culto. (Ec 5.1,2)

- Embora Deus seja um Deus gracioso e amoroso, ele não é adorado apenas na condição de nosso Pai, mas também na condição do Deus que habita em “luz imarcescível”, sendo infinitamente mais alto e maior que eles.

- Além da diferença quantitativa há uma grande diferença moral, isto é, qualitativa.

- Temos que nos portar diante de Deus como criaturas finitas e qualitativamente menores, mesmo sendo seus filhos. A nossa filiação não diminui a nossa distância dele.

- Deus é Santo, só Ele é Santo, no sentido específico do termo dado a Deus. Ele é o Outro, totalmente diferente, não há nada igual ou similar a Ele.

 

Conclusão

- Conheça a si mesmo e conheça quem é o Deus verdadeiro. Somente assim pode-se exercitar uma verdadeira adoração.

- Que não venhamos ouvir o que foi dito a mulher samaritana “Vós adorais o que não conheceis”.

 

 

A missão do Filho de Deus

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Textos básicos: Jo 3.14,15; 5.19-30; 6.38-40

Introdução:

- João Batista, apontando para Jesus, o chamou “o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”.

- Neste testemunho do precursor está revelada a missão de Cristo! Ele é aquele de quem falam as Escrituras: a semente da mulher que esmagaria a cabeça da serpente, a semente de Abraão em que seriam benditas todas as famílias da terra; o varão de dores que levaria sobre si o pecado do povo, o Salvador.

 

1.       Uma grande necessidade (Jo 3.14,15)

- v.14. Neste versículo Jesus afirma uma grande necessidade, que indica uma triste condição, a saber, a necessidade de um Salvador para um mundo perdido.

- Para que a humanidade alcançasse salvação era absolutamente necessário que fosse levantado (sobre a cruz) o Filho do Homem, porque “sem derramamento de sangue não há remissão” (Lc 24.26).

- o Símile da serpente no deserto (Nm 21.4-9), retrata bem o que representa a Salvação ao olharmos para Cristo. Assim como levantada a serpente de bronze, os feridos que para ela olhasse se salvaria da morte, ficando curado, aqueles que para o Cristo crucificado olhasse, depositando sua fé, seria curado do pecado e da morte.

- Deus proveu salvação para os Israelitas no deserto e promove salvação para todo mundo através do seu Filho Redentor.

- No v.15, Jesus conclui o pensamento anterior. Jesus traz vida ao pecador, nele encontrasse o remédio para o pecado, Ele é a salvação do mundo, vida eterna para os homens.

 

2.       Prerrogativas e poderes do Filho de Deus (Jo 5.19-30)

v.19. Como vemos no v. 18, os judeus procuravam matar a Jesus não só por quebrar o sábado, mas, sobretudo por se fazer igual a Deus, dizendo ser seu Filho.

- Jesus, reitera as suas declarações, afirmando agir em perfeita harmonia com o Pai.

- v.20 . Por amor a seu Filho, o Pai lhe revela todos os seus planos, e obras ainda maiores Ele iria realizar.

-Três obras maiores que o Filho realizaria: 1) dar a vida aos mortos espirituais, 2) ressuscitar a todos os que se achassem na sepultura e 3) exercer o juízo.

- V.21. O Pai tem o poder de ressuscitar os mortos, tantos os físicos como os espirituais. Assim também o Filho, que opera em harmonia com o Pai, vivifica a quem quer.

- V. 22-23. Assim como o Pai entregou ao Filho o poder de dar vida, também lhe entregou o poder de exercer o juízo (v.27).

v.24. Quem ouve as palavras de Jesus e Nele crê tem a vida eterna e jamais entrará em juízo condenatório.

v. 25-27 – Os mortos espirituais poderão reviver ao ouvir a voz do Filho de Deus.

v.28-29. – Assim como os mortos espirituais hão de viver, também os que estão no sepulcro ouvirão a sua voz, a mesma voz poderosa, que ressuscitará, uns para a vida, outros para a condenação.

v. 30. O Filho é digno dessas prerrogativas porque a sua vontade está em harmonia como a do Pai. Ele não faz nada de si mesmo, nem busca a sua própria vontade, mas a do Pai, por isso julga justamente.

 

Conclusão:

 Porque eu desci do céu, não para fazer a minha própria vontade, e sim a vontade daquele que me enviou. 39 E a vontade de quem me enviou é esta: que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia.De fato, a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia.(Jo 6.38-40)

 

O nome de Jesus

(Resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico Jo 8.58

Introdução

- Jesus Cristo é o grande tema da bíblia. Ele aparece em todos os livros.

- Na bíblia o nome de uma pessoa sempre revela o seu caráter ou algum fato relacionado ao momento do seu nascimento.

- Por meio dos nomes, a bíblia revela a identidade de Jesus.

 

1.       Os nomes de Jesus Cristo

- Há cinco nomes principais que desejamos destacar:

1.1 Cristo - O nome Cristo significa “o ungido”. É o nome oficial do Messias.

- No AT, os reis e os sacerdotes eram ungidos, simbolizando a capacitação e a autoridade do Espírito Santo.

- Louis Berkhof afirma que a unção visível significava: a) designação para um ofício; b) estabelecimento de uma relação sagrada e o resultante caráter sacrossanto da pessoa ungida (1Sm 24.6; 26.9; 2Sm 1.14); c) comunicação do Espírito ao ungido (1Sm 16.13)

- Jesus Cristo é o ungido do Senhor para o cumprimento de uma grande tarefa: a salvação do pecador (Lc 4.16-21, Jo 1.32).

1.2 Jesus – A palavra Jesus significa “Salvador”. O nome foi uma determinação divina (Mt 1.21).

1.3 Senhor – O nome “Senhor” é o título de exaltação da pessoa de Jesus. Ele é o Senhor, isto é, Ele é Deus com toda autoridade e poder.

1.4 O Filho de Deus – O nome Filho de Deus indica a divindade essencial de Jesus, a sua relação familiar com o Deus Pai. Segundo Berkhof, o termo tem um sentido oficial ou messiânico (Mt 3.17), trinitário (Mt 16.16), natalício (Lc 1.35) e ético religioso (Mt 17.24-27).

1.5 O Filho do Homem – este termo foi usado por Ele a fim de descreve a sua humanidade (Mc 2.27,28), a sua divindade (Jo 3.13), a sua obra redentora (Mt 17.22) e a sua segunda vinda (Mc 8.38). A origem do termo esta no AT, Sl 8.4 e Dn 7.13, profeticamente indicando Jesus como homem perfeito (Hb 2.5-18).

 

2.       Os nomes de Jesus no evangelho de João

- O nosso texto básico diz: respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo: antes que Abraão existisse, EU SOU (Jo 8.58)

- Esta declaração, além de reafirmar a divindade, a preexistência e a eternidade de Cristo em contraste com a criatura (Abraão), apresentam-nos um dos nomes de Jesus: Eu Sou.

- Jesus apropria-se do nome de Deus, conforme auto-revelação  feita a Moisés (Êx 3.14)

Nos sete ensinos do “Eu sou”,  Jesus se apresenta como o pão da vida (Jo 6.35, 41, 48, 51), a luz do mundo (8.12, 9.5), a porta do redil (10.7), o bom pastor (10.11, 14), a ressurreição e a vida (11.25), o caminho e a verdade e a vida (14.6) e a videira verdadeira (15.1, 5).

- Além desses nomes, uma metáfora merece destaque no evangelho de João: a do tabernáculo.

E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como do unigênito do Pai (Jo 1.14).

Habitar significa “armar a sua tenda” ou “tabernacular”. Este verbo aparece cinco vezes no NT, referindo-se sempre ao Senhor ou aos que lhe pertencem (Ap 7.15; 13.6; 21.3).

- Assim como Deus habitou no meio de Israel através do tabernáculo, ele habita em nós e no nosso meio através de Jesus.

 

Conclusão:

- O nome de Jesus revela a sua pessoa, natureza, caráter e atitudes.

- Não há nome que supere ao de Jesus.  Ele é o nosso Deus e Senhor, que deve ser ouvido, adorado e exaltado. Não há outro nome pelo qual somos salvos. (At 4.12)

 

A eternidade do Filho de Deus

(resumo feito pelo Pr Walter B Moura)

Texto básico: Jo 1.1-18

Introdução: os primeiros 18 versículos de João são o prólogo do evangelho e neles temos, em síntese, tudo aquilo que o evangelista nos apresenta detalhadamente no resto do livro.

- A divindade de Cristo, os testemunhos que temos a seu respeito, sua aceitação por parte de uns e rejeição por parte de outros, o que Jesus revelou ao mundo, etc.

1. No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus (v.1-2)

- Nestes versículos se afirmam três coisas acerca do Verbo: sua eternidade, sua personalidade e sua divindade.

- Ele é eterno, porque no princípio, isto é, no começo do tempo, ele já era, já existia.

- No fato de se declarar que ele estava com Deus se afirma a sua personalidade distinta do Pai.

- E a sua divindade se afirma de modo mais claro possível, nestas palavras: e o Verbo era Deus.

- Ele é chamado de o Verbo, porque é o eterno revelador do Pai, por meio de quem ele nos falou (Hb 1.1).

- Sendo o Verbo, Cristo é o pensamento de Deus se tornando audível e a sua vontade tornada inteligível.

2.  Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele, nada do que foi feito se fez (v.3)

- A divindade de Cristo é afirmada de maneira categórica, pois a Ele se atribui aqui o poder criador, primeiro por uma declaração positiva, e em seguida por uma negativa que exclui a possibilidade de existir algo que não tenha sido feito por ele. (Rm 11.36; Cl 1.16; 1Co 8.6; Hb 1.2)

3. A vida estava nele e a vida era a luz dos homens (v.4)

- Jesus é a fonte da vida, especialmente da vida espiritual (luz dos homens). Tudo quanto no homens é verdadeira luz – conhecimento, integridade, inteligente e voluntária submissão a Deus, amor para com ele e para com o próximo, sabedoria, pureza, alegria santa, felicidade racional – toda esta luz dos homens tem a sua fonte na vida original e essencial do Verbo (1Jo 1.5,7; Sl 139.12)

4. A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (v.5)

- Jesus é a luz para um mundo que esta em trevas, e elas não podem dissipar a luz, embora os homens amem mais as trevas do que a luz, pois suas obras são más, rejeitando a Cristo, por Ele serão condenados.

5. Houve um homem enviado por Deus cujo nome era João (v.6)

- João Batista é a primeira testemunha que aparece no livro. Os testemunhos apresentados servem para confirmarem as palavras e os atos de Cristo.

6. Este veio como testemunha para que testificasse a respeito da luz, a fim de todos virem a crer por intermédio dele (v.7)

- João Batista se apresentou como verdadeiro profeta de Deus. Portanto, o seu testemunho acerca da Luz era suficiente para que todos cressem por ele.

7. Ele não era a luz, mas veio para que testificasse da luz (v.8)

- João apontou para Cristo, aquele que batizaria com o Espírito Santo. Somente Cristo é a luz verdadeira que alumia a todo aquele que o recebe e nele confia (v.9).

8. O Verbo estava no mundo, o mundo foi feito por intermédio dele, mas o mundo não o conheceu (v.10)

- O autor de todas as coisas esteve no mundo e este não o conheceu. Quão profunda é a cegueira humana. O seu próprio povo foi o primeiro a rejeitá-lo. (v.11, Is. 1.3)

9. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus a saber, aos que crêem no eu nome (v.12)

- A fé em Jesus Cristo nos torna filhos de Deus, não por natureza, mas por adoção.

10. Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (v. 13)

- Numa tríplice negação, exclui João toda a idéia de que o novo nascimento possa ter qualquer relação com a geração natural ou com a vontade e operação humana.

11. E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como a do unigênito do Pai (v.14)

 - Aqui afirma-se a encarnação do Verbo, fez-se homem, fez-se o segundo Adão.

12. Pois todos nós temos recebido da sua plenitude e graça sobre graça (v.16)

- Tudo que temos recebemos dele. A graça sobre nós se renova continuamente para nos perdoar e nos manter em comunhão com o Pai.

Conclusão: Ninguém Jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou (v.18)

- Deus habita em luz inacessível e, por isso, na sua essência ninguém jamais o pode ver. Mas o Filho unigênito, fazendo-se carne, o revelou ao mundo (Jo 14.8-11)

- O homem não tem mais desculpa de dizer que não conhece a Deus, porque ele já se lhe revelou em Cristo.

 

O Evangelho de João

(Resumo feito pelo Pr Walter B. Moura)

Texto básico: Jo 20.30,31

Introdução

- O evangelho de João exibe grande profundidade teológica.

- A sua ênfase especial é sobre a divindade de Jesus. Ele é Deus que se fez homem.

- O livro recebe o nome do seu autor, João, o apóstolo de Jesus.

- Esboço do Evangelho: a) Introdução – O Verbo Encarnado (1.1-18); b) O testemunho do ministério público (1.9-12.50); c) O testemunho do ministério particular (13-17); d) O testemunho da sua morte e ressurreição (18-21).

 

1. Quais os sinais e os discursos realizados por Jesus?

- Escrito na cidade de Éfeso, no fim do primeiro século, o evangelho de João proclama que Jesus Cristo é Deus que se fez homem.

- A prova da divindade de Cristo, mediante as obras que Ele realizou, é o tema central do evangelho de João. (Jo 20.30,31)

- João registrou sete sinais e sete discursos realizados por Jesus com este intuito, que revelam aspectos da sua divindade:

 

Texto

Sinal ou Milagre

Mensagem

2.1-12

Água transformada em vinho

Jesus é o Deus da qualidade

4.46-54

A cura de um filho de um oficial

Jesus é o Deus da distância

5.1-18

A cura de um paralítico

Jesus é o Deus do tempo

6.1-15

A multiplicação de pães e peixes

Jesus é o Deus da quantidade

6.16-21

Andando por sobre as águas

Jesus é o Deus da natureza

9.1-41

A cura de um cego de nascença

Jesus é o Deus do sofrimento

11.1-46

A ressurreição de Lázaro

Jesus é o Deus da morte e da vida

 

Texto

Discursos

3.1-21

O novo nascimento

4.4-42

A água da vida

5.19-47

A filiação divina de Jesus

6.22-59

O Pão da vida

7.37-44

O Espírito vivificante

8.12-30

A luz do mundo

10.1-21

O bom pastor

 

2. Enfrentando as heresias

- Uma das heresias que mais atacou a igreja primitiva foi o gnosticismo.

- Muitos escritos pseudo-bíblicos foram obras gnósticas. (evangelho segundo Tomé, o evangelho de Maria, o apócrifo de João, a sabedoria de Jesus Cristo e o evangelho segundo Filipe).

- Os gnósticos criam que a matéria é má e que o espírito é bom;

- Criam que Jesus era um semideus ou um pequeno deus (deon), mas em hipótese nenhuma, um Deus.  Outros afirmavam que Jesus não possuía um corpo real. Outros que  era um homem possuído pelo Espírito Santo, no momento do batismo.

 

Conclusão:

- O Evangelho de João tem como objetivo também combater a heresia do gnosticismo. Jesus é apresentado por João como o Deus que se fez homem em toda a sua plenitude sem deixar de ser Deus (Jo 1.1-14; 4.26; 8.58; 11.33,35,38; 14.8-15; 17.5).

-Então, temos neste evangelho uma dupla perspectiva, provar a divindade de Jesus pelos seus sinais e combater o gnosticismo.